a tentativa de um poema que não se rasgue sobre o tapete

Eu estava tentando, e tentando
não falar disso por aqui, eu pensei que dessa vez eu faria diferente
Eu pensei
que seria melhor ficar calado e assim, seguir em frente
Um passo
depois
do outro, assim
Eu conseguiria fazer sentido de outros jeitos, sem me colocar de novo naquela
velha
posição.

De contador de um lado só. O
outro eu apenas imagino e falo com medo de não conseguir afrouxar esse
nó
que vira e mexe me engasga e vem e vai como
todos que vêm e vão
e só.

Dessa vez, eu pensei
que as palavras não viriam como sempre vieram. Num
clarão que me apontam e despontam em outros
caminhos. Um trovão
barulhento de um som apenas audível para mim.
Outros caminhos, dirão. Sim
não os que sempre percorri nessas situações que se repetem como as
rimas de algumas
poesias que eu já li e
não leio mais
porque algo mudou quando dessa vez largaram
minha
mão.

Pode ter sido porque assim eu achei que conseguiria me manter
vestido nesse mundo em que estar nu pode
significar que todos em algum
momento
irão
Pode
ter sido influencia da série antiga que assisti em que Ela escrevia coisas
que de algum modo pareciam fazer tudo
entrar
em
ordem. Pode ter sido
isso, ou aquilo mas
a verdade é que
não há ainda no dicionário ralo da minha mente palavras que ajudem a audiência a entender o que pode ter sido
a razão de agora Ele ter
desistido.
Pode ter sido

eu.

E
essa mania de por palavras onde não
cabem. Onde
não caibo porque a vida não
fica mais fácil quanto mais a gente tenta. E eu tento
tentei de novo
Não falar disso por aqui, porque a vida não
é uma história a
audiência não espera uma ordem que faça sentido. Mesmo
eu estando assim
tão

sentido.

Ontem
eu chorei enquanto
tirava
o lixo.