por aqui, tudo caminha

em constante movimento. As coisas ultrapassam alguns de meus
passos
lentos e seguem em sua própria estrada de terra batida. Eu não estou acostumado a andar devagar; aproveito a vista das coisas todas
vistas
por trás. Por aqui, tudo caminha; ao meu redor nada pára
para observar o rapaz que caminha
devagar. Ninguém estranha: "ora, mas sempre caminhou tão rápido.
o que houve?"
Ninguém ouve; a multidão de meus pensamentos.
Eles gritam.
Tenho dúvidas a serem respondidas, muitas perguntas que achei que a essa altura (beirando os trinta) eu já saberia.
As dúvidas são as mesmas e quem mudou fui eu. Por aqui, eu caminho. Querendo uma boa companhia para aproveitar;
o caminho
logo eu, que sempre quis ser sozinho. Ninguém estranha. Arranha a garganta, a poeira de tudo o que me
ultrapassa. Transversal.
Por aí, logo eu, cambaleio pelas vírgulas de todas as respostas não dadas.
Mãos dadas
atrás das costas de tudo o que enxergo de trás. Ninguém pára.
Eu vou me abraçar; de fantasias de um futuro imaginado e feliz. Vocês verão.
A mim vestido do ainda inexistente; num dia de
verão, ensolarado por um par de sorrisos. Não há nada mais poderoso que imaginar. E eu tinha esquecido que ninguém poderia jamais ser convencido; a
ficar. Eu
vou criar meus espaços; levantar das mesas em que não me sirvam o que alivia. Eu
vou cantar e dançar na sala de casa; quando
a saudade apertar não vou chorar. Mas se o meu pranto rolar
deixa.
Ao meu redor nada pára
para observar o rapaz que caminha e
caminha, e
caminha; como tudo. Por aqui. Um dia pára.

Eu não
quero (mais) ter de
mendigar
(mais)

amor.